Ponto de Vista da Mary
Não sabia o que o futuro me reservava. Em menos de vinte minutos, iria tocar e eu e Nick estávamos muito perto da escola.
Quando cheguei perto do portão, vi um círculo à volta de alguém. Começaram cochichando assim que eu apareci.
O círculo se desfez e eu vi Ivan, de joelhos no chão, com uma guitarra.
- Um, dois…um, dois, três…É para você, Mary. – Ivan disse e começou tocando e cantando.
«Foi nesses teus olhos castanhos,
Que eu me perdi…
Mary, é um anjo,
Pode confiar em mim…
Mary, meu amor,
Namora comigo, por favor
Eu só te quero a ti,
Desde que te vi…
Aceita, Mary
Aceita por mim…
Pode acreditar,
Eu só te quero a ti…
Desde que…eu te vi…»
- Uhu!! – a galera toda começou assobiando e batendo palmas – Aceita, aceita, aceita…
Eu não sabia o que dizer. Isso tinha sido a coisa mais bonita que alguém me tinha feito até hoje.
Ivan entregou a guitarra para sua irmã e Marie lhe entregou uma rosa vermelha. Ivan veio ter comigo.
- É para você. – Ivan disse e me entregou a rosa. Eu a cheirei. Seu cheiro era maravilhoso.
- Obrigada. – eu disse corando.
- Então, o que me diz? Aceita? Aceita namorar comigo, Mary? – Ivan perguntou.
- Eu…eu…eu… – eu disse – Eu aceito.
- Aceita? Mesmo? – ele perguntou.
- Sim! – eu disse. Como eu poderia recusar isso, no meio dessa multidão depois dessa declaração tão bonita?
- Eu te amo, Mary. – ele me disse.
Lentamente, ele se aproximou de mim e colou nossos lábios. Eu não percebi, até tar envolvida no beijo. Ele beijava bem, eu agora podia dizer. Na sexta, eu nem tive tempo de perceber isso.
- Yeh… – a galera aplaudiu de novo e assobiou. O sinal bateu.
- Hora de ir para as aulas. – Nick disse.
- Pois é. – Ivan disse e pegou minha bolsa com os livros. – Deixa que eu carrego por você. – ele me disse.
- Obrigada. – eu agradeci. Ele estava sendo extremamente cavalheiro.
Ele colocou minha mala no seu ombro esquerdo e me ofereceu sua mão direita. Eu peguei nela, com minha mão esquerda entrelacei nossos dedos.
Ele podia não ser a cereja no topo do bolo, mas podia ser minha fatia de felicidade.
Nós subimos para a A316 e demos de caras com a professora de biologia abrindo a porta.
Ela olhou furtivamente para as nossas mãos entrelaçadas e sorriu.
Nós entrámos na sala e nos sentámos.
- Parabéns, cunhadinha. – Marie disse no meu ouvido.
- Obrigada. – eu disse sorrindo para ela. Eu ainda nem tinha caído em mim.
- Mary, venha ao quadro, por favor. – a professora de Biologia pediu. Eu me levantei e fui.
- Cheguei. – eu disse evidenciando o óbvio.
- Pode explicar a teoria celular para a turma, num esquema?
- Ah, claro. – eu disse e comecei explicando a teoria.
- Excelente, Mary. – a professora Anabela disse – Você deve ter tido excelentes professores, no seu antigo colégio.
Se ela soubesse que eu nem tive numa escola…se ela soubesse que meus professores foram minha mãe, meu tio Emm, meu tio Jazz, meu vô Edward e vovô Carlisle…
- Ehr, bem…sim, nós tivemos. – Nick disse e me olhou profundamente nos olhos. Ele devia estar pensando no mesmo que eu.
- Claro. – eu disse.
- Ainda bem. – a professora disse – Bem, podem fechar seus livros. Hoje vamos ter uma aula diferente. Vamos tratar de um assunto importante, vamos ter uma aula de educação sexual.
- Vamos? – todos perguntaram entusiasmados.
- Vamos. – a professora Anabela confirmou – Vamos entender o comportamento de adolescentes quando estão apaixonados.
- OMG. – eu sibilei baixinho.
- Sabem, os adolescentes são muito complexos. – a professora disse rindo.
- Porquê? – Catherine, uma menina de cabelo pelo ombro castanho-escuro perguntou.
- Essa é a fase mais complicada na vida de um ser humano. – ela disse.
- É… – Marie disse.
- A adolescência é um período complicado, pois acarreta com uma série de mudanças a nível físico e psicológico. E é ai que surge, normalmente, o primeiro amor.
- Eh, eh. – o pessoal riu.
- O primeiro amor nunca se esquece. Tem sempre um grande peso na nossa vida pessoal, durante toda a vida. – a professora disse.
- Professora, sabia que Ivan e Mary estão namorando? – Amanda disse.
- Não sabia, mas eu vi qualquer coisa no corredor. – a professora disse – Confirmam isso?
- Nós? – Ivan perguntou – Namorando?
- Sim, caro aluno.
- Sim, claro. – Ivan disse. A professora só podia estar brincando… Ele piscou para mim.
- Então, parabéns aos dois. – a professora Anabela disse.
- Obrigada. – eu disse.
- Obrigado. – Ivan disse.
A professora continuou sua descrição sobre o primeiro amor na adolescência. Se ela soubesse, como o amor pode ser bem mais complexo…como o imprinting, que unia meu pai e minha mãe.
- Claro… – a professora Anabela disse respondendo a uma questão – Bem, falemos então de algo bem natural. Dois adolescentes, quando são namorados, se beijam. – ela disse – O que é para vocês, o beijo?
- O beijo não se rouba, se dá. – Marie disse.
- Verdade. – a professora confirmou – Um bom beijo não se rouba. Isso é um mito da antiguidade.
- O beijo não pode ser levado como um compromisso, mas sim como um sinal de amor. – Nick disse. O Nick falando sobre o beijo? Até estou admirada.
- O beijo é um momento que apenas deve ser vivido a dois. Um bom beijo, não deve ser público. – eu disse também.
- Perfeito. Tudo correcto, até agora. Vamos passar à discussão e esquematização das fases do beijo… – a professora disse.
A aula continuou com aquele tema. O dia passou rápido, entre uma aula e outra.
No fim do dia, eu me despedi de Ivan com um selinho.
- Esse foi um dos melhores dias da minha vida. – Ivan me disse – Eu nunca pensei que pudesse ter você. Você é perfeita Mary. Você é um anjo. Melhor…você é o meu anjo. Te amo. – ele disse e me agarrou pelas costas. Eu entendi onde ele queria chegar e o beijei. Ele me agarrou na nuca e me beijou também.
Nick tossiu.
- Maggie vem ai. – Nick disse.
Ele estava impaciente, eu podia ver isso. Será que tinha acontecido algo? Com a Maggie…
Ponto de Vista do Nick
Eu estava bem nervoso desde ontem. Aquele quase beijo me deixou bem nervoso. Ela recuou. Será que ela não queria?
Marie estava ao meu lado, procurando a minha atenção, mas eu estava nervoso demais.
- Nick, a Maggie vai chegar em muito pouco tempo. – Mary disse.
- Eu sei, maninha. – eu disse muitíssimo nervoso.
- Nick, adeus. – Marie disse e me abraçou. Eu a deixei me abraçar.
- Upps. – Mary sussurrou.
Eu levantei minha cabeça do ombro da Marie para ver o que tinha feito Mary dizer isso. Não foi preciso pensar, o cheiro dela foi enviado para mim. Maggie chegou.
Eu larguei a Marie, ela deu dois beijos demorados na minha face e eu entrei no carro da Maggie. Um bonito Opel Azul.
- Demorou. – Mary disse rindo. Ela estava tentando implicar com a Maggie.
Hoje, eu e Mary iríamos para La Push, com Maggie. Íamos visitar nossos avôs Billy e Charlie. Fazia algum tempo que não os íamos visitar.
Mamãe vem aqui sempre que pode, desde que entrámos na escola e papai trabalha em La Push, logo ele está sempre por perto. Só nós ficamos um pouco mais distantes.
Maggie não pronunciou uma única palavra dirigida a mim, desde que entrei em seu carro. Oh, Mentira! Ela me disse: “Oi”, depois de eu dizer. Grande coisa…
O que se passa com ela? Ontem, ela recuou. Hoje, nem me fala. Ela parece amuada. Ela veio bufando o caminho todo. Sua face está alterada. Ela está chateada com algo. Mas com quê? Ou com quem? Comigo…?
Quando parámos em La Push, Maggie disse que tinha umas coisas para fazer e que depois nós iríamos para casa com nosso pai. Ela saiu correndo. Foi bem estranho.
- Vá, vem Nick. Não fica na Lua. – Mary disse me puxando com ela para dentro da casa de vovô Charlie e Sue. E de Seth.
Mary estava confortável o suficiente, porque sabia que Seth estava trabalhando a essa hora na oficina, com papai.
- Olha quem são eles! – Sue disse e nos abraçou com força aos dois – Vocês estão tão crescidos! E bonitos!
- Obrigada, Sue. – Mary disse corando.
- Obrigado. – eu disse também.
- Charlie! – Sue chamou – Seus netos mais novos vieram nos visitar.
- Garotos! – vovô Charlie disse e nos puxou para um abraço parecido com o de Sue – Que saudade que eu tinha de vocês.
- Nós também tínhamos, vovô. – Mary disse sentada no colo dele.
Ela sabia que ele gostava de nos ver como crianças mais pequenas. Ele nunca se conformou com nosso crescimento acelerado como o da mamãe. Ele gostaria de aproveitar mais e mais.
- Pois é. – eu reforcei a ideia.
- Foi uma excelente ideia terem passado por aqui. – vovô disse.
- Ideia da Mary. – eu disse.
- É, garotinha do vovô. Você tem boas ideias.
- Sempre, vovô. Eu sempre tenho saudades de você. – ela disse carinhosamente.
A conversa continuou fluindo por ali. O ambiente estava muito agradável. Leah chegou com Tom pela mão, ele tem 7 anos.
- Mary, são 17:30. Se queremos passar na casa do vovô Billy, temos de ir agora. – eu avisei.
Embora eu quisesse passar mais tempo com vovô, eu queria ir para a casa da Maggie. Eu queria saber o que ela tinha.
- Adeus vovô. Adeus Sue. Adeus Leah. Adeus Tom. – Mary e eu dissemos, nos despedindo individualmente de cada um.
Nós caminhámos lado a lado para a casa da Sophie e da Maggie. E do vovô Billy também. Ele tava vivendo aqui desde que se casou com Sophie.
- Entrem, meninos. – Sophie disse nos cumprimentando.
- Oi. – eu e Mary dissemos e fomos ter com vovô Billy. Ele estava vendo TV.
- Como estão os meus netos favoritos? – vovô Billy perguntou quando nós o cumprimentando.
- Bem. – Mary disse – E o senhor não devia sair ai dizendo isso, se tia Rebecca imagina que você tá dizendo isso… E também, tia Rachel dia menos dia pode ter um bebê e ai o senhor fica mal visto.
- É… – eu tive de concordar rindo com Mary.
- Vossa tia Rebecca não está aqui. E sua tia Rachel também não, por agora. Seja como for…não deixa de ser verdade. Vocês são os meus netos favoritos.
- Posso usar o banheiro, Sophie? – eu perguntei.
- Claro, Nick. – Sophie disse – O banheiro daqui, do andar de baixo, está avariado. Mas, você pode ir ao banheiro lá em cima. É no fim do corredor, ao lado do quarto da Maggie. Você sabe onde é?
- Oh, sim. Eu encontrarei. Pode deixar. Obrigado. – eu disse e subi as escadas.
Eu sabia onde ficava o quarto da Maggie, eu já tinha vindo aqui. Foi fácil para mim achar o banheiro.
Quando sai do banheiro, tive uma enorme tentação de entrar no quarto da Maggie. Ela não estava aqui. Eu queria saber o que ela tinha, mas ela não estava em casa.
Por impulso, ou algo do género, aliais eu nem sei bem porquê, eu entrei em seu quarto.
Seu quarto era muito agradável e tinha o perfume de sua pele por todo o lado. Me senti inebriado aqui.
Em cima de sua cama, tinha um pequeno livro verde aberto. Tinha uma caneta em cima. Me senti tentado a ver o que era, e mais uma vez por impulso, eu fui para sua cama, me sentei e olhei para o pequeno livro verde.
Era seu DIÁRIO! OMG! Dezoito palavras, as últimas escritas antes de sua assinatura, me chamaram a atenção.
“Querido diário, para finalizar, apesar de tudo…eu tenho de admitir: Eu o Amo. Eu amo o Nick.”
- O que raios você está fazendo aqui? – Maggie disse entrando no seu quarto – Isso é o meu diário? OMG! Me dê isso. – ela disse gritando e arrancou seu diário de minha mão.
- Me desculpa.
- O que você tava fazendo com meu diário na sua mão? – ela perguntou bastante irritada e corada.
- Eu…eu…eu não queria invadir sua privacidade. Eu…eu…não queria…
- Não queria, mas fez! – ela disse furiosa – O quanto você leu?
- Eu não li muito, Maggie. Eu juro! – eu disse e cruzei os dedos em cruz, como sinal do juramento.
- O que você leu? – ela disse mais calma, tentando se controlar. Tentando controlar sua respiração. Tentando evitar que se transformasse na minha frente.
- Eu li a última frase que você tem escrita, antes de sua assinatura. – eu disse de cabeça baixa – Me desculpa.
- Você leu isso?
- Eu prometo que só li isso. – eu disse.
- Só? Você ainda diz só? – ela disse olhando para seu diário, abanando a cabeça em sinal de negação.
- Sim, só. – eu disse nervoso – O que eu li…O que eu li é verdade?
- Nick…Nick… - ela disse com os olhos desfocados – Saia de meu quarto.
- Mas, Maggie…
- Já, Nick. – ela disse firme. Eu me levantei e fui para a porta.
- Só saiba que eu também te amo. Me desculpa. – eu disse e sai correndo.
Peguei na mão da Mary e a levei rapidamente para a rua. Todos olhar para mim confusos, mas Mary me seguiu.
- Tenho de ir para casa, agora! – eu disse.
- Mas e o papai? – ela perguntou.
- Telefone a ele. – eu disse ofegante – Diga que nós estamos indo para casa agora. A pé.
- Ok…
Ela disse e assim o fez. Em pouco tempo chegámos em casa. Mamãe não tava lá e Mary me obrigou a ir à casa grande.
- Edward. – tia Alice disse e ficou em choque parcial, como se tivesse num outro mundo. Ela estava tendo uma visão.
- Alice! Alice! – vó Bella fui ter com tia Alice a chocalhando.
- OMG! – tia Alice disse.
- O que você viu, Alice? O que você viu? – vó Bella perguntou muito preocupada.
- A Morte.
- Morte? – vó Bella perguntou assustada – De quem Alice? – se fez silêncio – De quem Alice? Me diga!
- De Edward…