Predestinados 2: F & A - Capítulo 24

Ponto de Vista da Mary

- Seth, acorda!!! – eu chamei na cama da vó Bella, no chalé, em Forks.

- Ãh? – ele grunhiu de olhos ainda fechados.

- Seth, pelo amor de deus. São 9h da manhã. Nós saímos de casa ontem sem avisar ninguém às 16h, dizendo que íamos dar um passeio. – eu expliquei – Nós não trouxemos celulares. O que você acha que eles vão fazer? Se demorarmos mais algumas horas, eles vão vir procurar a gente!

- Bem…você tem razão. O Jacob deve tar todo stressado pensando que algo aconteceu com a boneca de porcelana dele: você.

- Não brinca não! Imagina que eles já estão a caminho e nos encontram nesse estado… – eu disse gesticulando para nós, completamente abraçados, pelados, com apenas o lençol nos tapando…

- Vamos nos vestir logo, então. – ele bufou meio aborrecido.

- Que foi, amor?

- Depois de uma noite como essa, a primeira coisa que eu oiço ao acordar é um aviso! – ele se queixou.

- Me perdoa. – eu disse e o beijei – Eu amei a noite passada…foi tão…

- Mágica! – ele completou.

- Isso! Foi completamente mágica. E eu amo você, e acredite em mim, eu ficaria aqui nesse chalé o resto da minha eternidade com você, não fosse o caso de meus pais nos matarem!

- Tudo bem, Mary noivinha!

- Do que você me chamou?

- Mary noivinha, porquê, você não gosta? – ele me perguntou roçando seu nariz no meu.

- Eu…amo!

- Ainda bem. E…tá perdoada. Agora, vem. Vamos arranjar qualquer coisa para vestir. Temos de ir logo, né?

- Ok. – eu concordei e o puxei para fora da cama.

            Eu fui procurar algumas roupas no closet da vó Bella e Seth foi procurar no closet do quarto do papai.

Encontrei um conjunto saia-top, preto na parte de cima e com a saia branca. Arrumei meu cabelo apanhado com algumas mexas soltas e me maquilhei com alguma maquilhagem que encontrei no banheiro.

Só depois eu me lembrei…para quê? Eu ia estragar tudo assim que transformasse em loba…

- Seth! – eu chamei.

- Mary?

- Podemos ir correndo nas nossas formas humanas? – eu questionei.

- Se é isso que você quer. Sim, podemos. – ele cedeu.

- Ótimo.

- Ah. – ele disse voltando atrás – Você está linda. Aliais, você é linda, mas a roupa ficou muito bem em você.

- Obrigada. Você também está/é.

- Ah, que nada.

            Nós acabámos de nos arrumar.

- Mary, acha que tem alguma comida por ai, na cozinha? – Seth questionou – Estou esfomeado…

- Não, Seth. Não tem nada. Você sabe…vó Bella e vô Edward não comem e mesmo que tivessem algo aqui antes para os que comem, desde que nos mudámos para Fairwood, eles desligaram isso tudo. Se não a comida apodrecia. – eu o informei.

- Você tá certa, como sempre.

- Vamos logo, assim que você chegar em casa, pode comer. Se papai não te matar primeiro…

- Pois. – Seth concordou.

            Nós fechámos a porta do chalé e fomos correndo de mãos dadas para Fairwood…e eu tinha de me preparar…a reação do papai era imprevisível, mas boa…não ia ser certamente…

Ponto de Vista da Maggie

- Você tá pronto, Nick? – eu perguntei chegando na cozinha da casa da Nessie e do Jake em Forks – Nós estamos há mais de 48 horas sumidos…eles devem estar preocupados com a gente.

- Tou pronto sim. – ele agarrou minha cintura.

- Te amo. – eu declarei e o abracei – Mas temos de ir.

- Claro.

- Vamos no carro da sua mãe, eu trouxe ele.

- Sim, Maggie.

- Como você acha que eles vão reagir? – eu perguntei, no carro, dirigindo de volta para Fairwood.

- Eu não sei…eles podem se opor…ou até concordar plenamente com a gente…mas não interessa, porque nós estamos juntos e nos amamos.

- Com certeza!

            Nós chegámos a Fairwood. Nos beijámos e trocámos palavras carinhosas antes de sairmos do carro.

            Nos cruzamos com a Mary e o Seth na entrada para a sala de jantar.

- Bom-dia. – nós 4 dissemos em coro, quase como que ensaiado.

- Bom-dia? Bom-dia? – Jake gritou.

Ponto de Vista da Mary

- Calma, papai. – eu pedi. Ele estava furioso de preocupação…dava para ver isso na sua face.

- Você me pede calma?!? Você sabe o quão perto eu tive de ir procurar você, Mary? – ele se dirigiu a mim – Você e Seth saíram ontem à tarde, dizendo que iam dar um passeio na floresta. Um simples PASSEIO! E desde ontem às 16h, vocês só voltam agora e não levaram celulares, nada!

- Ei, pai, eu tenho uma coisa para contar. – Nick interrompeu.

- Agora não é o momento, Nick. – papai respondeu.

- Eu também tenho uma coisa para contar. – eu admiti.

- Eu conto primeiro! – Nick se intrometeu.

- Eu conto!

- Eu que faço as perguntas aqui! – papai nos lembrou.

- Calma, Jake. – mamãe estava com uma cara de preocupação também, abraçada ao papai.

- Eu conto! – eu e Nick falámos em coro.

- Eu PRIMEIRO! – eu disse.

- O que aconteceu ontem?

- Eu me transformei…em loba. – eu contei a primeira novidade…a menos importante..

- Uau, Mary! Parabéns, garota! – Embry me felicitou vindo da cozinha com uma sandes de fiambre na mão.

- Obrigada.

- Agora é minha vez. – Nick reclamou.

- Não! Eu ainda tenho mais para contar.

- Pai, mãe… – Nick começou.

- Eu e o Seth vamos casar.

- Eu e a Maggie vamos casar. – Nick disse no mesmo tempo que eu. Falámos em coro…de novo…

- What? – tia Ly veio da piscina para ver as reações.

- Não vão não! – papai rosnou – Vocês ficaram malucos? Seth, o que você fez com a minha menina???

- Nada, Jake, nada…

- Não diga nada. Algo você fez!

- Jacob…

- Nem Jacob, nem menos Jacob! – papai rosnou de novo – Vocês não vão casar…ela é muito nova. E você, Nick… também não. Vocês são novos demais!!!

- PAI!!! – eu e Nick reclamámos.

- Eu mando, eu ordeno. – ele disse firme.

- Jacob… – vó Bella tentou o chamar à razão.

- Eu vou me casar com o Seth. – eu afirmei e mostrei o anel de noivado para todos.

- E eu com a Maggie. – Nick disse e Maggie mostrou o dela.

- Adorei os anéis. – tia Rose comentou.

- Filhos, ainda é cedo para casarem…

- Mamãe, como tem coragem de ficar do lado do papai, contra o nosso casamento, quando na verdade você casou com a mesma idade que a gente?? – eu perguntei retoricamente.

- É, como? – Nick cruzou os braços com um olhar acusador.

- É bem diferente! – papai disse.

- Jacob… – vô Edward também o chamou à razão.

- Não vão casar! Fim. – papai deu por terminada a discussão.

- Vocês estão me desiludindo tanto! – eu disse chorando para meus pais e  corri para o meu quarto.

- A mim também. – Nick disse com uma voz fria e correu para o quarto dele também.

            Dois estrondos se ouviram de seguida. Eu e Nick fechando nossas portas com imensa força.

- Mary, posso entrar? – Maggie pediu batendo ao de leve para entrar no meu quarto e eu deixei.

- Maggie… – eu disse e a abracei, ainda chorando. Ela também tinha algumas lágrimas contidas nos olhos.

- Não chora…

- Parabéns, Maggie.

- Parabéns, Mary. – ela me disse.

- Obrigada. Isso era o que tava esperando ouvir de minha família, de meus pais…não isso que aconteceu…

- Eles vão compreender…

- Espero que sim…porque eu vou me casar, não importa o que eles digam.

            Eu e Maggie ficámos fechadas no meu quarto nos confortando uma à outro umas duas horas sem ninguém nos incomodar…até que alguém bateu.

- Mary, posso? – mamãe bateu e entrou.

- Pode. – eu disse um tanto fria.

- Filha, eu quero falar com você…e com você também, Maggie. – minha mãe disse.

- Pode falar. – eu continuei fria.

- Marianne e Margaret, podem olhar para mim?

- Claro, senhorita Renesmee. – eu disse sarcástica, mas ainda assim olhei.

- Eu não estou contra vocês casarem. – ela disse.

- Sério? – eu perguntei.

- Não está? – Maggie também quis saber.

- Ei, calma. Não é como vocês estão pensando…

- Então, como é? – eu desanimei.

- Eu acho que vocês devem casar sim, MAS não agora. Vocês deviam esperar…

- Esperar? – eu e Maggie perguntámos em coro.

- Vocês são novos…e eu sei que me casei com a mesma idade que vocês, mas é diferente.

- Pois, é “diferente”...

- Mary! É diferente sim. Vocês estão namorando há quanto tempo? Uns 5/6 meses? Sim… Vocês ainda têm de se conhecer melhor…Ninguém casa assim, namorando 5 ou 6 meses só…

- Mãe!

- Nessie!

- É a verdade. Eu me casei com o Jacob depois de quase 18 meses de namoro. E eu cometi um erro mesmo assim. – ela falou – Eu engravidei cedo e tive de deixar o colegial…eu tive de me formar de noite.

- Como se você precisasse! Você tinha a eternidade para se formar vezes e vezes sem conta!

- Mas, vocês são jovens. Tá certo, que vocês não são humanas(os), mas eu acho que esperar mais um pouco não os vai matar. Namorem muito, podem casar daqui a um tempo…2/3 anos não vos ia matar…

- Dois/Três anos? Isso é muito… – Maggie choramingou.

- Concordo…é mesmo muito tempo…

- Bem, eu sei que é difícil esperar…mas também não é como se vocês fossem ficar longe uns dos outros…vocês vão continuar vivendo debaixo do mesmo teto e sendo namorados…

- Menos tempo ou nada. – eu disse tentando renegociar.

- Ok, ok… – ela disse pensativa – No mínimo dos mínimos esperem pelo MENOS até à Formatura…

- Até à Formatura? – eu e Maggie perguntámos…

- Não falta assim tanto. Vocês estão no 2ºano…

- Falta mais de 1 ano…

- Vejam por esse prisma: vocês vão ter tempo para planejarem os casamentos do século, para ser tudo mais que perfeito. E vocês sabem…que noivados humanos duram mais ou menos esse tempo…

- Ok…a espera ainda não mata…fisicamente… – eu concordei e Maggie assentiu.

- Vamos esperar então…até a formatura!

- Ah…tem mais um assunto que queria falar com vocês…

- Ok.

- Vocês…bem, vocês se protegeram? – mamãe quis saber.

- Sim, mãe.

- Claro, Nessie.

- Ótimo, assim não haverão “surpresas”…

- Pois.

            Depois da nossa conversa com minha mãe, nós fomos falar com Seth e Nick sobre esperar…

            Nós explicámos tudo o que mamãe nos disse e eles ao fim de um tempo, embora contrariados (como nós), concordaram em esperar até a formatura…

Ponto de Vista da Jane

            Bem, depois daquela confusão em casa com a história dos casamentos resolvida, eu e Victor fomos nos arrumar para sair.

- Sim, claro. Eu conto. Parabéns! – eu ouvi minha mãe, Esme, responder no celular – Família!!! – ela chamou e em pouco tempo todos estavam aqui reunidos.

- Sim?

- A Rachel está grávida. – ela anunciou.

- Grávida? – Jacob perguntou.

- Sim, grávida.

- Eu vou ser tio!

Uma grande animação se instalou na casa e eu e Victor fomos dar um passeio pela cidade.

Fairwood não era grande, mas tinha algumas lojas e nós íamos aproveitar para namorar.

            Esses últimos anos com os Cullen foram os melhores de toda a minha existência. Eu não podia imaginar como eu podia ser mais feliz…

            Mamãe Esme e papai Carlisle me amaram como filha e eu os amei como pais…

            Minha família cresceu e todos somos unidos e ter casado com Victor foi mais uma das coisas maravilhosas na minha vida. Ele é meu mundo, sem dúvida.

            Meu controlo está bastante bom, sendo que temos humanos vivendo conosco, as filhas da Rose e da Alice…

            Às vezes, fico triste quando vejo como elas se realizaram como mães…Eu também queria poder ter um filho, alguém que dependesse de mim o tempo todo, como elas necessitam…

            E hoje mais cedo quando mamãe disse que Rachel estava grávida, me fez ter um pouco de inveja dela poder ter filhos e eu não…

E essa é a única parte imperfeita da minha vida, nesse momento. É a única coisa que ainda não alcancei e devido à minha condição imutável de vampira, também não vou poder alcançar.

            E eu vejo nos olhos do Victor, o desejo de ser pai, sempre que ele olha para o Jacob, também lobo, cuidando da Mary e do Nick, seja para brincar ou para ralhar, a vontade de ter alguém para educar está definitivamente lá, escrito em seus olhos.

            Ele nunca me falou nada disso, claro. Ele sabe que é impossível eu engravidar e não fala nisso, para não me magoar.

            Se ao menos houvesse uma forma, eu tentaria.

- Já acabou seu gelado de morango? – eu perguntei a ele quando ele pousou a colher no copo de papel onde estava o gelado.

            Ele tinha vindo a comer enquanto andávamos.  

- Vem, tem ali um caixote do lixo naquele beco. – eu apontei e fomos lá.

            Um choro fininho alcançou meus ouvidos e a cada passo que eu dava para o caixote do lixo ficava mais forte.

            Quando chegámos lá, bem ao lado do contentor do lixo, estava uma caixa de cartão e um pequeno bebê recém-nascido, apenas com uma fralda e embrulhado numa manta azul.

- Quem era capaz de fazer isso? – eu perguntei indignada e peguei no bebê que parecia estar congelando. Estavam 5ºC em Fairwood e ele estava com uma mantinha super fininha. Ele era tão lindo…

- Alguém o abandonou ai! – Victor constatou o mesmo que eu sem entender como alguém podia fazer uma coisa dessas a um filho!

- Victor, ele está congelando. – eu disse – Você é lobo, minha pele é muito fria para esse menino bebê. Pega ele!

- Ele é tão pequenino…tão perfeito. – ele disse olhando com devoção para o bebê – Jane, vamos levar ele para casa. Carlisle saberá o que fazer. – Victor disse e eu concordei.

            Victor o carregou nos seus braços quentes e fomos para casa imediatamente.

- Família!!! – eu chamei em tom baixo, para não acordar aquele anjinho que dormia nos braços de Victor.

- Jane, Victor: ah! – todos se admiraram.

- Encontrámos ele no lixo. – eu contei.

- Quem foi o desgraçado sem coração??? – Rose perguntou super chocada.

- Não sabemos…

- O que vão fazer com o bebê? – Nick perguntou.

            Eu olhei para o Victor e ele meio que concordou comigo no olhar. Eu tinha pensado nisso durante o caminho de volta e nada parecia melhor…

- Papai, podemos ficar com ele? – eu perguntei.

- Podemos, por favor, Carlisle? – Victor implorou.

- Se é isso que vocês querem e se alguém o abandonou…vocês podem, sim. – papai permitiu – Se ninguém da casa se opuser, claro.

- Alguém tem algo contra? – eu perguntei rezando por dentro para que não.

- Não. – eles fizeram-se ouvir.

- Obrigada, mil obrigadas. – eu agradeci e abracei Victor, com o menino, meu filho agora, no colo.

- Obrigado. – Victor agradeceu também.

- Qual vai ser o nome do bebê, Jane? – Caroline quis saber.

- Pode escolher, amor. – Victor me deu carta branca.

- Bryan. Como o pai do Victor. – eu escolhi.

- Tem certeza? – Victor me perguntou emocionado.

- Tenho. – eu disse e o abracei – Nosso filho vai ter o nome: Bryan Cullen Grogan.